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Por que é que você fica aí?

Foto do escritor: Carol CardosoCarol Cardoso

Atualizado: 30 de jul. de 2020

Um carta de amor para você que vive uma relação abusiva (agosto lilás)



Toda agressão deixa marcas. Algumas mais visíveis, outras que ficam lá, alojadas dentro da sua alma. Um puxão de cabelo, uma “sacudida” no corpo, as mãos que tapam a sua boca. Um chute onde ninguém possa ver os sinais ou um tapa bem no meio da sua cara. A punição quando você erra, seu celular arremessado no chão, a aliança que voa pelo ar. As contas que não param de chegar. As surpresas e mentiras que sempre aparecem. Os insultos em relação o seu corpo, sei jeito, sua forma de falar... os questionamentos e desconfianças sobre quem você é, onde esteve e o que fez. A dificuldade de assumir auto-responsabilidade. O pedido constante de perdão.

Ciúme, possessividade, insegurança, controle excessivo, violência... Perdão... Lua de mel... ciúme, possessividade, insegurança... (e segue o ciclo)

Sua auto-estima lá nos pés. Você, quebrada emocional e fisicamente tentando controlar todas as coisas para que elas se mantenham “no lugar”. Pequenas coisas que se tornam grandes. Grandes coisas que você nega.

Tentar sair de um relacionamento assim é difícil, eu sei! Difícil, porque tem algo ali que te prende. De alguma forma você está no jogo de barganhar o amor tentando cuidar dele, tomando conta da vida toda dele. Você está no jogo com a necessidade de ser indispensável de alguma forma, na vida dele. Com um monte de noção religiosa equivocada, de amor e perdão equivocados. Do próprio Deus. Você se mantém no jogo com o medo de perder o que essa relação possa lhe trazer de estabilidade ou benefícios, talvez só para os seus filhos. Medo de encarar a verdade do que essa relação, de fato, é. Ou por vergonha de dizer “estou nessa”. Mas, olha só, mais da metade das mulheres brasileiras estão nessa. De todas as classes sociais. De todas as religiões. De todas as profissões. Mulheres como você. Muitas delas conseguiram romper com esse ciclo de violência. Mulheres também, como você. Por que é que você continua aí?

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